Por Centro Psicanalise Freud em 20/04/2022
A busca da Felicidade

Certa vez fui a cerimônia de posse de um amigo, em um cargo público muito importante que conferia a seus integrantes status e dinheiro.

Ele havia estudado muito, tentado várias vezes e finalmente, atingido o objetivo. No meio do coquetel o vi sozinho em um canto. Aproximei-me e ele perguntou “E agora, o que faço?”

Sei que depois ele pagou dívidas antigas, suas e de parentes, comprou bens e sua vida social mudou totalmente. Passados anos, estabelecido e reconhecido, entrou num processo de adoecimento e foi diagnosticado em grave depressão, que ele próprio não conseguia justificar, pois tinha status, dinheiro, muito conforto, era bajulado, admirado, mas não era feliz. Faltava-lhe algo que não sabia identificar.

A sabedoria oriental ensina que ter bens materiais traz conforto, alegrias, e prazer, mas que se deve estar preparado para perdê-los e, mais importante, se deve ter esses bens em quantidade e intensidade tal, de forma a usá-los plenamente, e não para ser usado por eles. Que devemos ter bens que nos deem prazer e não para mostrá-los e ser invejados.

Quase todos sabem disso, mas não pomos esse ensinamento em prática e temos bens, profissões e atitudes por causa do OUTRO. Seguimos profissões “da família”; não seguimos nossos desejos porque “não dá dinheiro”; vivemos uma vida de aparência, sem conteúdo, tudo porque o OUTRO sinaliza que isto o fará feliz.

E nós entramos na pilha: trocamos de carro porque “sei lá por quê”; seguimos uma carreira porque alguém acha bonita e porque dá dinheiro; moramos num condomínio em que não conhecemos ninguém, mas que é chique; comemos peixe cru porque é moda; somos magros para sermos bonitos, enfim, deixamos de ser felizes para parecer felizes!

Depois de um tempo, usualmente no início do fim da vida, percebemos que não fomos nada, não realizamos nada, não vivemos nada. Vivemos a vida que nos pediram para viver e covardemente aceitamos viver.

Mas aí, já era e tomara que o OUTRO não te dê um pé na bunda…Se der tempo, E SEMPRE DÁ, seja feliz.

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