Por Centro Psicanalise Freud em 20/04/2022
A Importância da família

Não pretendemos abordar o assunto “família” sob o enfoque religioso, moral ou político. Queremos levá-lo a pensar “família” sob o aspecto psicanalítico.

Diz o povo que o homem é fruto do meio. Sob o enfoque da Psicanálise, cada um de nós é “formado” no meio familiar. Melhor dizendo: cada sujeito é formado, moldado, constituído, a partir do contato com os seus pais, que não são necessariamente os pais biológicos. Para a Psicanálise o que importa é a “função”. O “pai” pode ser na realidade o padrasto, o tio, o avô, assim como a mãe pode ser a avó ou a babá.

Recém nascida, a criança não consegue exprimir suas necessidades e ao emitir um ruído, a mãe tenta descobrir o que ela quer: verifica se a fralda está suja, se ela quer o peito, e por ai vai. Sempre na tentativa ou na intuição. Com o passar do tempo, mãe e filho vão se ajustando. Naquela hora do dia é cocô, agora é mamar. Quando a criança aprende a falar “mamãe” é porque aprendeu que está inserida num grupo. Ela ainda não sabe que esse grupo se chama família, mas sabe que existe uma organização: tem um cara grande, que dá as ordens, tem uma que dá comida e uns outros, parecidos com ela, um pouco maiores.

Fazer parte desse grupo é importantíssimo: a criança vai aprender que tem que fazer alguns dos trabalhos necessários ao grupo, para que este possa funcionar. Num belo dia vai ter que aprender a usar o penico, depois o vaso sanitário. Vai ficar de castigo para aprender a não responder. VAI TER QUE: ir para a escola, fazer o dever de casa, colocar o lixo na calçada, etc. Serão tantas as obrigações que ela vai esbravejar “tudo eu!!??” Mas ela vai perceber que os outros também tem deveres e que ela tira proveito disso: o pai traz o dinheiro, a mãe educa, a irmã arruma a casa…

É no dia-a-dia, sem pompa nem circunstância, que a criança vai aprendendo que o grupo tem um chefe, que desafiar esse chefe pode doer; que se ficar doente, alguém vai cuidar; que todos comem, se alguém fizer a comida; que tem de repartir, etc.

E um dia, se tudo der certo, num ALMOÇO DE FAMÍLIA, o chefe da casa, ausente porque já morreu, tudo isso vai ser lembrado: “Pô, passei a maior vergonha… Papai entrando na festa para me buscar!”

“E eu!? Tomei uma tapa quando ele me pegou matando aula…”

“Mas… Aquelas férias foram legais… Lembra aquele dia na praia!?”

E qual a fórmula para dar certo?

Primeiro: evite os erros, pois tenha certeza de que seus filhos vão te imitar. Alguns não imitam, mas por raiva do que sofreram. Ver TV ou ler? Beber na esquina ou ir a Quinta? Discutir na sala ou dentro do quarto? Ir ao Culto pode ser um saco, mas ter fé pode ser útil.

Segundo: está em dúvida? Use a lógica e o bom senso. Deixe sua intuição fluir. Perdeu a paciência e deu uma tapa? Dê um abraço e um beijo. Se for preciso, peça desculpas, mas deixe claro que se errar de novo, pode ter outro castigo…

Terceiro: Ruim de todo peça ajuda. Pode ser o líder religioso, a professora, o chefe, o irmão, quem merecer confiança, mas nunca esqueça: “cada macaco no seu galho” e “uma segunda ou terceira opinião não vai fazer mal”.

Com certeza você cometerá erros, assim como teus pais cometeram, mas lembre-se – Se o Wellington (aquele da escola, em Realengo) tivesse uma FAMÍLIA nada daquilo teria acontecido!

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