Por Centro Psicanalise Freud em 20/04/2022
As lembranças

É inquestionável (será mesmo!?) que o homem é superior aos animais.

Existem muitas diferenças entre os dois, mas uma das principais é que o animal não tem lembranças.

Você vê o animal pastando e ele parece feliz em ter o alimento que necessita. Ele não lembra que ontem teve fome e que é possível que a tenha amanha. Como o homem tem lembranças, não consegue se livrar delas. Mesmo vivendo um momento feliz, se recorda do anterior, quando sofreu. Ou, o que tem o mesmo efeito, o momento não é agradável, mas não consegue reconhecer isso, preso aos momentos felizes que teve ontem.

Ter lembranças é importante e fundamental porque pode impedir a repetição de erros, mas a lembrança te prende ao passado, seja ele bom ou ruim.

A boa lembrança impede que você valorize o presente e acarreta tristeza: “Eu era muito feliz naquela época”.

A má lembrança te nega o futuro, trazendo o rancor: ”Depois daquilo nunca mais fui o mesmo”.

Junto com as lembranças surgem os sentimentos, que podem ser como a paixão, uma ideia confusa e inadequada, que atribui ao outro o que ele não é, dando-lhe um poder que ele não merece.

A morte é um fato que nos traz lembranças e sentimentos dos mais confusos. Quase todos lhe atribuímos uma face maligna, não admitindo que ela foi maravilhosa para quem morreu. Vemos a morte como um carrasco, negando-lhe a virtude da libertação.

Seja mais feliz do que o animal: valorize o presente, sem supervalorizar o passado ou temer o futuro.

Elabore os seus sentimentos, perceba as paixões e tenha uma ideia clara das suas lembranças.

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