Por Centro Psicanalise Freud em 20/04/2022
Quem ama o feio, bonito lhe parece.

Uma das questões que mais causa sofrimento é a nossa incapacidade de reconhecer a realidade. E isso é assim desde o início da Humanidade, pois no Século IV antes de Cristo, Protágoras já afirmava que as coisas são como nós gostaríamos que fossem. Essa característica do ser humano faz com que sintamos, imaginemos e vivamos conforme nossas expectativas, desprezando a realidade.

Todos conhecem alguém que insiste em manter uma relação que somente ela não percebe ser desastrosa. Tal pessoa sofre porque vive algo fora da realidade, vive do passado, se recusando a ocupar um novo papel na vida. É assim com quem perdeu um ente amado, teve uma perda financeira, sofreu um baque na sua condição biológica.

E o que levaria alguém a se aprisionar no próprio sofrimento, manter-se inerte “esperando a morte”: a incapacidade que todos nós temos, em graus e formas diferentes, de absorver as pancadas que levamos durante a vida. Absolutamente todos nós um dia vamos acompanhar o enterro de um ente querido; vamos ter uma perda financeira ou ter uma decepção sentimental. Como temos dificuldade de reconhecer a realidade e como vemos as coisas como gostaríamos que elas fossem e não como elas são, assumimos posturas de defesa. Uns entregam o problema a Deus, outros às drogas (inclusive aquelas compradas na farmácia) e outros ficam andando em círculos.

Excetuando os momentos em que você fica reconfortada, entorpecida ou iludida, você se sente sozinha, andando sem rumo, num dia cinzento. Não há alegria na vida e o melhor momento é quando está dormindo. A coisa fica pior quando alguém diz que “você precisa mudar… isso está te arruinando… eu não aguento mais te ver assim”, fazendo você se sentir uma incapaz, insinuando que você não faz nada para melhorar.

E você não faz PORQUE NÃO CONSEGUE VER AS COISAS DE OUTRO MODO, porque está vivendo no passado. Várias são as possibilidades de sair deste buraco. Todas mais ou menos válidas. Umas muito bem aceitas pela sociedade e outras nem tanto. Ao escolher se faça duas perguntas: esta solução é adequada para mim? Se a resposta for sim, faça a segunda: isso é adequado para quem eu valorizo? Se o resultado for sim + sim, caia dentro, não perca mais um dia na sua vida.

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