Por Centro Psicanalise Freud em 20/04/2022
Solidão

Há momentos na vida em que desejamos a solidão. Não queremos permitir que ninguém compartilhe conosco o que estamos vivenciando, mas na maioria das ocasiões, temos total necessidade da presença do outro porque somos incapazes de cultivar um simples pé de alface. Assim, solidão e convivência, são faces da mesma moeda.

Temos certeza quando queremos a presença do outro e também quando não a queremos, mas o outro pode perceber de maneira diferente. A pouco tempo, “estar presente” significava estar fisicamente junto, mas isto foi se diluindo com a tecnologia. Hoje temos uma lista enorme de “contatos”, sem nenhum contato profundo. Acessamos o outro sem marcar hora, sem perceber que estamos sendo inconvenientes. Ninguém fazia visitas nas horas das refeições, hoje fazemos as refeições teclando. Isso não é saudosismo. É constatação de fatos da vida cotidiana.

Muito barulho ou muito silencio é ruim. A virtude é um ponto médio entre o excesso e a falta. Com medo da falta (solidão), caímos dentro do excesso (multidão). Depois de um tempo percebemos que a multidão não nos diz nada, que não temos mais identidade, somos apenas mais um no bloco. E eram tantos desfilando que não percebemos a pessoa que estava ao nosso lado, sambando com os olhos cheios de lagrimas, igualzinho a gente.

Como dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, você só encontrará alguém se estiver só. Mas é necessário que esteja desfilando. Trancada na prisão que você construiu, ninguém vai te ver.

Usualmente essa prisão tem o nome de “Passado”. Interessante que os guardas são pessoas que conviveram conosco, nos fizeram felizes, MAS agora são passado. Não são pessoas ruins, apenas mudaram, como tudo muda. Hoje semente, amanhã fruta, depois semente.

Essa questão básica explica muitas “síndromes”, como a do ninho vazio. Não deixe de sair no bloco, mas coloque um adereço especial porque senão será apenas mais um.

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